Quem não gostaria de ter seus livros resenhados por Scott Westerfeld?
Bem, a senhorita Carrie Ryan teve essa sorte. Abaixo a resenha do livro “A Floresta de Mãos e Dentes” feita por nada menos que Scott Westerfeld autor de Uglies e Leviathan.
Com a palavra Scott:
“Adolescentes amam um bom apocalipse. Quem não gosta? Todas as regras chatas suspensas. As pressões da sociedade se tornam irrelevantes. Nada mais do que shoppings a serem saqueados. Nada mais de ir para escola.
Mas em “A Floresta de Mãos e Dentes”, o maravilhoso romance de Carrie Ryan, o pós-apocalipse é definido muito mais pelas contenções que pelas liberdades. O livro começa sete gerações após o Retorno, uma praga que exterminou a civilização como a conhecemos, tornando seus habitantes em mortos-vivos. Logicamente, uma invasão de zumbis sempre significou tiros e invasões de shoppings – a pura essência da liberdade. Mas depois de mais de um século do Retorno, os shoppings já foram saqueados e tiros são uma memória distante.
A heroína da história, Mary, vive em uma vila cercada pelo último vestígio de tecnologia: uma cerca de arame, que é cercada por uma vasta floresta cheia de criaturas eternamente famintas – A Floresta de Mãos e Dentes. Nenhum morador ultrapassa a cerca a menos que queira morrer (E dado o cenário, muitos querem).
O mundo de Mary é limitado não só pela cerca, mas pelas tradições arcaicas de seu povo, que são executadas por uma ordem religiosa chamada de Irmandade. Casamentos, nascimento, morte, cada etapa da vida deve ser controlada para sustentar a existência precária da aldeia. Mesmo as casas estão circunscritas – literalmente – com passagens da Escritura esculpidos em cada uma das entradas para lembrar os habitantes das regras que sustentam a vida humana em meio aos horrores da floresta.
Depois de tanto tempo em isolamento, a aldeia está começando a esquecer. Alguns duvidam de que houve realmente um tempo antes do Retorno, com cidades gigantes e tecnologias maravilhosas. Outros acreditam que nada existe além da Floresta de Mãos e Dentes. E ninguém, apenas Mary e sua mãe um pouco louca acreditam em algo chamado “oceano”, um espaço enorme e ilimitado para além do alcance dos mortos-vivos.
Mary é o tipo de adolescente que sonha com coisas maiores. Não apenas o oceano, mas romance e aventura épica do outro lado da cerca, talvez até outras aldeias em algum lugar lá fora, seguras atrás de suas próprias cercas. Ela acredita que as respostas podem ser encontradas para questões como: O que fez o Retorno acontecer? E como era o mundo antes de tudo isso?
Escapar dos limites da casa para o mundo maior, é claro, um dos grandes temas da literatura teen. Mas poucos heróis em qualquer gênero enfrentaram um obstáculo tão assustador como a floresta de mãos e dentes. Embora a forma de escrever de Ryan seja tão lírica como o seu título, este livro é dirigido pela mesma desagradável inexorabilidade que anima qualquer bom filme de zumbis. Elegante prosa e hordas de mortos vivos se combinam para criar uma história onde um grande drama não parece forçado, onde a tensão é constante e onde uma imagem tão simples como o mar aberto é dolorosamente romântica.
Zumbis foram metáforas para muitas coisas: o consumismo, o contágio em um mundo superpovoado, a inevitabilidade da morte. Mas aqui eles ressoam com uma realização particularmente adolescentes sobre o mundo – que as limitações sociais e as tradições arcaicas são inúmeras e difíceis de serem contidas, não importando o quão inocentes elas possam parecer à primeira vista.
E mesmo assim temos que tentar escapar de qualquer maneira, para não murchar dentro da cerca .– Scott Westerfeld
Versão Alemã da Capa:
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